“Novo” constitucionalismo, velhos problemas: democracia e autoritarismo na América Latina

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Mostrar biografia dos autores
.O presente trabalho visa à análise de dois problemas, há muito verificáveis na América Latina, e da proposta de sua superação a partir de uma epistemologia específica: a falta de consolidação da democracia e o autoritarismo, vistos desde o dito “novo” constitucionalismo latino-americano. A partir do problema de pesquisa (“o ‘novo’ constitucionalismo latino-americano tem sido capaz de resolver os problemas históricos referentes à democracia e ao autoritarismo na América Latina?”), objetiva-se verificar como a região e suas instituições têm buscado manter os valores democráticos. Com efeito, a América Latina tem no seu histórico grandes períodos de ditaduras, falsas democracias, governos oligárquicos e autocráticos, intervalados por breves períodos de democracia. Adotam-se como referenciais teóricos as obras de Roberto Gargarella (La sala de máquinas de la Constitución: dos siglos de constitucionalismo en América Latina (1810-2010)) e de Waldo Ansaldi e Verónica Giordano (América Latina: la construcción del orden). Como método de abordagem, opta-se pela metodologia da sociologia histórica, que adquire relevância para pensar os processos de democracia e autoritarismo latino-americanos numa lógica de longo prazo, capaz de demonstrar se os problemas políticos da região constituem, ou não, regularidade histórica. Conclui-se que o constitucionalismo latino-americano não tem sido capaz de superar a cultura histórica de autoritarismo na região. A ausência de rupturas mais profundas com as estruturas de poder estabelecidas e a falta de uma verdadeira democratização dos processos políticos e sociais têm resultado em uma democracia frágil e sujeita a constantes crises.
Visualizações de artigos 73 | Visitas em PDF 102
Downloads
- Álvarez-Uría, F. (2014). El reconocimiento de la humanidad. España, Portugal y América Latina en la génesis de la modernidad. Ediciones Morata.
- Ansaldi, W. (2007). La democracia en América Latina, un barco a la deriva. Fondo de Cultura Económica.
- Ansaldi, W., & Giordano, V. (2012). América Latina: la construcción del orden (Vol. 1-2). Ariel Argentina.
- Armengol, C. M. V. (2010). Constitución y democracia en el nuevo constitucionalismo latinoamericano. Revista IUS, 4 (25), 49-76.
- Baggio, R. C. (2014). Tensionamentos sociais e justiça de transição: contribuições ao constitucionalismo latino-americano. Novos Estudos Jurídicos, 19 (2), 627-661. DOI: https://doi.org/10.14210/nej.v19n2.p627-661
- Baggio, R. C., & Berni, P. E. Contribuições da Sociologia Histórica ao Constitucionalismo Latino-Americano. Teorias Críticas e Crítica do Direito, 2, 189-227.
- Barbosa, M. L., & Teixeira, J. P. A. (2017). Neoconstitucionalismo e Novo Constitucionalismo Latino-Americano: dois olhares sobre igualdade, diferença e participação. Revista Direito e Práxis, 8 (2), 1.113-1.142. DOI: https://doi.org/10.12957/dep.2017.23083
- Bolivia. Constitución. (2009). Constitución Política del Estado Plurinacional de Bolivia.
- Comparato, F. K. (2017). A oligarquia brasileira: visão histórica. Editora Contracorrente.
- Cubides-Cárdenas, J., Navas-Camargo, F., & Montes, L. M. G. (2021). El Nuevo Constitucionalismo Latinoamericano (NCL). Direitos Democráticos & Estado Moderno, (2), 03-14. DOI: https://doi.org/10.23925/ddem.v0i2.54285
- Cobos, F. C. (2018). The new Latin American constitutionalism: a critical review in the context of neo-constitutionalism. Canadian Journal of Latin American and Caribbean Studies/Revue canadienne des études latino-américaines et caraïbes, 43(2), 212-230. DOI: https://doi.org/10.1080/08263663.2018.1456141
- Ecuador. (2008). Constitución de la República del Ecuador.
- Gargarella, R. (2015). La sala de máquinas de la Constitución: dos siglos de constitucionalismo en América Latina (1810-2010). Katz Editores. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctvm7bcjw
- Gargarella, R. (2015) Lo “viejo” del “nuevo” constitucionalismo latinoamericano. The Seminar in Latin America on Constitutional and Political Theory. Yale Law School. DOI: https://doi.org/10.14409/es.v48i1.5105
- Gargarella, R., Pádua, T., & Guedes, J. (2016). Constitucionalismo Latino-Americano: Direitos Sociais e a “Sala de Máquinas” da Constituição. Universitas JUS, 27 (2), 33-41. DOI: https://doi.org/10.5102/unijus.v27i2.4308
- Gatti, F. (2019). El derecho político frente al «nuevo constitucionalismo latinoamericano». Análisis comparativo con el modelo de democracia constitucional. Cuaderno Jurídico y Político, 5(14), 33-40. DOI: https://doi.org/10.5377/cuadernojurypol.v5i14.11160
- Ginsburg, T., & Huq, A. Z. (2020). How to save a constitutional democracy. University of Chicago Press. DOI: https://doi.org/10.7208/chicago/9780226564418.001.0001
- Levitsky, S., & Ziblatt, D. (2019). How democracies die. Crown.
- Braga, D. L. (2014). Organicismo, Sustentabilidade e os “Direitos da Natureza”. Revista Brasileira de Direito Animal, 9 (17), 87-117. DOI: https://doi.org/10.9771/rbda.v9i17.12985
- Lüchmann, Lígia Helena Hahn. (2007). Democracia deliberativa, pobreza e participação política. Política & Sociedade, 6 (11), 183-198.
- Pilatti, Adriano. (2020). A Constituinte de 1987-1988: progressistas, conservadores, ordem econômica e regras do jogo. Rio de Janeiro: Lumen Juris.
- Pastor, R. V., & Dalmau, R. M. (2010). ¿Se puede hablar de un nuevo constitucionalismo latinoamericano como corriente doctrinal sistematizada? Universidad de Valencia.
- Ramos, Jorge Abelardo. (2011) Historia de la Nación Latinoamericana. Continente.
- Schilling-Vacaflor, A. (2016). New Constitutionalism in Latin America: promises and practices. Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315597904
- Sierra, L. D. C. G., & León, M. Á. (2016). De los derechos ambientales a los derechos de la naturaleza: racionalidades emancipadoras del derecho ambiental y nuevas narrativas constitucionales en Colombia, Ecuador y Bolivia. Misión Jurídica, 9 (10), 233-260. DOI: https://doi.org/10.25058/1794600X.128
- Tolentino, Z. T., & Oliveira, L. P. S. (2015). Pachamama e o Direito à vida: uma reflexão na perspectiva do novo constitucionalismo latino-americano. Veredas do Direito – Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, 12 (23), 23-23. DOI: https://doi.org/10.18623/rvd.v12i23.393
- Tosi, G. (2017) O que resta da ditadura? Estado democrático de direito e exceção no Brasil. Cadernos IHU ideias, 15 (267), 03-31.
- Ugarte, P. S. (2013). El nuevo constitucionalismo latinoamericano (una perspectiva crítica). In González Perez, L. R. & Valadés, D. El constitucionalismo contemporáneo. Homenaje a Jorge Carpizo, 345-387. México: Universidad Nacional Autónoma de México.
- Uprimny, R. (2011). The Recent Transformation of Constitutional Law in Latin America: Trends and Challenges. Texas Law Review, 89, 1.587-1.609.
- Vargas, Idón Moisés Chivi. (2016). Constitucionalismo emancipatório. In Sidekum, A., Wolkmer, A. C., & Radaelli, S. M. (Eds.). Enciclopédia latino-americana dos direitos humanos (110-120). Edifurb.
- Wolkmer, A. C. (2010). Pluralismo e crítica do constitucionalismo na América Latina. IX Simpósio Nacional de Direito Constitucional, ABDConst., Curitiba, Paraná, p. 143-155.